Os primeiros desenhos que eu me lembro de fazer eram pequenas cartinhas e recados para os meus pais. Passava horas no quarto usando qualquer recurso que pudesse demonstrar meu carinho por eles: desde canetinhas a colagens com papel de bala. Foi assim, de forma natural, que eu comecei a construir na arte a minha principal forma de expressão.
   Minha infância em Pompéu, no interior de Minas, foi um laboratório íntimo de experimentação e de aprendizado solo. Muito do meu tempo era aproveitado praticando o desenho, aprendendo através de livros e da internet. Me mudei para Belo Horizonte no Ensino Médio, e aproveitei os anos na capital para buscar cursos livres de artes. Passei por ateliês de pintura a óleo, desenho e aquarela. Mais tarde me formei em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e durante o curso tive mais contato com disciplinas de desenho e historia da arte.
   Aqui em casa ainda tenho todas aquelas primeiras cartinhas da minha infância. Desde aquela época minha técnica progrediu bastante, mas a essência da prática continua a mesma. Mantenho zelo e a paixão daquela criança que se fechava no quarto, buscando a melhor forma de por os sentimentos no papel. Mas agora quero levar esses papéis para o mundo.